O XVI Congresso da Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa (APLOP), realizado de 2 a 4 de Outubro, no Lobito, encerrou com um conjunto de recomendações voltadas para a sustentabilidade, a inovação tecnológica e a cooperação entre os portos lusófonos.

Entre as principais conclusões, os participantes defenderam a aceleração da transição energética, a modernização dos sistemas portuários e o reforço dos investimentos em formação e capacitação técnica, com destaque para a criação urgente da Academia Marítima e Portuária de Angola.

O presidente cessante da APLOP, João Neves, considerou que as recomendações reflectem uma visão conjunta sobre o futuro do sector.

“Os portos são motores de desenvolvimento económico e social, mas precisam de ser também agentes activos da transição energética e da sustentabilidade ambiental”, afirmou.

O responsável destacou, igualmente, o papel dos portos na economia azul. “A economia azul é hoje um desígnio global, e os portos de língua portuguesa devem estar na linha da frente desse movimento”, assinalou.

O actual presidente da APLOP e da Associação dos Portos de Angola (APANG), Nazareth Neto, reforçou a ideia de que a cooperação técnica e a partilha de experiências são determinantes para o avanço do sector.

“A modernização, a digitalização e a descarbonização são desafios que exigem de nós uma abordagem cooperativa e estratégica”, declarou.

O presidente da APLOP sublinhou ainda a importância de concretizar as deliberações do encontro. “A implementação do plano de actividades aprovado será fundamental para transformar as recomendações deste congresso em resultados concretos”, referiu.

As recomendações aprovadas salientam, de igual modo, a necessidade de promover uma gestão integrada e sustentável, investir na digitalização, na automação e na segurança das operações, e consolidar o Corredor do Lobito como eixo estratégico para a integração regional e a diversificação económica.

O secretário de Estado para os Sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, que encerrou o congresso, elogiou a qualidade técnica dos debates e apelou ao envolvimento conjunto do sector público e privado na implementação das medidas.

“A cooperação e a partilha de experiências são as âncoras que permitirão aos portos tornarem-se mais modernos, competitivos e ambientalmente responsáveis”, disse.

Rui Carreira frisou ainda a importância de uma visão estratégica de longo prazo. “É fundamental consolidar estratégias nacionais claras para o desenvolvimento portuário e marítimo, com foco na conectividade e na criação de emprego”, destacou.

O encontro defendeu também o fortalecimento da cooperação internacional, com o intercâmbio de conhecimento e boas práticas, e aprovou a realização, em Maio de 2026, do Congresso de Direito Portuário e Marítimo da APLOP.

O documento final inclui ainda a aprovação do plano de actividades para 2026, a eleição dos novos órgãos sociais da APLOP e a criação de comités de trabalho para acompanhar a execução das recomendações.

O próximo congresso da associação decorrerá no Rio de Janeiro, Brasil, reafirmando o compromisso da comunidade portuária lusófona com a modernização, a sustentabilidade e a integração económica