De 28 a 30 de Julho, Angola recebeu, no Instituto Sapiens, em Luanda, a primeira sessão conjunta do Comité Director da AGPAOC (Associação de Gestão das Infra-estruturas Portuárias da África Ocidental e Central) e da recém-criada Rede de Estatísticos Portuários.

O evento reuniu representantes de diversos países da região e marcou um passo importante para a modernização e cooperação no sector portuário africano.

Durante os três dias de trabalhos, foram avaliados os resultados de 2024, aprovados o plano de actividades e o orçamento para 2025, bem como delineadas as bases preparatórias da 45.ª reunião do Conselho da AGPAOC, agendada para Novembro, em Pointe.

Um dos principais avanços do encontro foi o desenvolvimento de um banco de dados regional, sob liderança da Rede de Estatísticos Portuários. Esta ferramenta pretende uniformizar a recolha e análise de dados comerciais e operacionais nos portos da África Ocidental e Central, contribuindo para decisões mais informadas e uma maior integração regional.

Na sessão de abertura, o Secretário de Estado para os Sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, destacou a importância da transformação digital, da formação técnica e da integração logística com os mercados do interior como pilares fundamentais para a modernização do sector.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da APANG, Manuel Nazareth Neto, sublinhou o papel que Angola pretende assumir na dinamização da cooperação regional. “Estamos a construir um novo modelo de cooperação baseado na partilha de informações, uso de ferramentas modernas e uma visão comum para enfrentar os desafios globais do comércio marítimo. Angola está empenhada em liderar esse processo com responsabilidade e visão estratégica”, afirmou.

O presidente da AGPAOC, Habubacar Danson, elogiou a actuação de Angola nas estruturas da organização, destacando a coordenação da Rede de Estatísticos Portuários e a presença activa no Comité Financeiro. Referiu ainda que Angola se tornou “uma referência incontornável no contexto portuário africano”.

O encontro reforçou também a ideia de que os portos devem evoluir de meros pontos de recepção de mercadorias para verdadeiras plataformas de desenvolvimento económico, ligadas a zonas logísticas e corredores comerciais regionais.

Embora os detalhes das resoluções aprovadas ainda não tenham sido divulgados, ficou claro o compromisso dos países-membros com uma agenda assente na inovação, eficiência e cooperação no espaço marítimo-portuário africano.

Com esta realização, Angola consolida a sua posição como actor estratégico na transformação do sector portuário continental, demonstrando maturidade técnica, capacidade de organização e liderança em domínios ligados à economia azul, à integração regional e ao desenvolvimento sustentável.