A Empresa Portuária de Luanda E.P. fechou o ano económico de 2024 com indicadores que confirmam robustez financeira, eficiência operacional e uma subida do capital próprio de 28%, sinal de maior autonomia e solidez no financiamento das actividades.

Entre os destaques, sobressai o retorno sobre o capital próprio (ROE) de 33,9%, o que significa que, por cada Kz 100 investidos pelo Estado, a Empresa Portuária de Luanda gerou Kz 33,90 de retorno. A margem EBITDA, resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, atingiu 57,8%.

“O ROE, em português Retorno sobre o Capital Próprio, de 33,9% confirma a elevada rentabilidade e a disciplina financeira do Porto de Luanda. Estamos a criar valor para o accionista público num contexto exigente”, afirmou José Sebastião, director de Contabilidade e Património.

As demonstrações financeiras de 2024 registaram uma redução de 6% no resultado líquido, de 41,2 para Kz 38,7 mil milhões, explicada por maiores gastos não operacionais relacionados principalmente com o reequilíbrio financeiro da concessão da DP World, decorrente de alterações legislativas. Ainda assim, o período evidenciou uma expansão significativa: o activo não corrente aumentou 61% e o activo corrente 16%.

José Sebastião esclareceu que o volume de negócios cresceu 34%, passando de Kz 75,2 mil milhões em 2023 para Kz 100,5 mil milhões em 2024, devido à indexação das tarifas ao dólar. Já os gastos operacionais subiram 48%, em grande parte pelo reforço da política salarial, destinada a alinhar remunerações com o mercado e garantir a retenção de talentos. Para mitigar esta pressão, a empresa reforçou o controlo orçamental e optimizou processos internos.

A autonomia financeira manteve-se confortável, com mais de metade do activo financiado por capitais próprios, e os fluxos de caixa operacionais aumentaram Kz 11,6 mil milhões. O director de Contabilidade e Património acrescentou que “o maior desafio para 2025 será gerir a pressão sobre a liquidez, resultante do aumento do passivo corrente em quase um terço”.

O Relatório e Contas de 2024 e a auditoria externa realizada pela PwC, em cumprimento da Lei n.º 11/13 e do Decreto Presidencial n.º 79/24, reforçam princípios de legalidade e de boa governação corporativa, transparência, auditoria independente e uma mensagem clara de confiança no futuro.

“Os recursos gerados em 2024 estão a ser devidamente aplicados com foco em reinvestimento e reservas, aprovados pelo Conselho de Administração e homologados pelo IGAPE, Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado”, explicou José Sebastião.

Apesar dos desafios, a mensagem final é de confiança.  “Reconhecemos as dificuldades, mas apostamos em parcerias e diálogo para garantir crescimento sustentável e contínuo”, concluiu José Sebastião.