O ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, anunciou, no dia 19 de Setembro, durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra da reabilitação do Terminal Polivalente do Porto de Luanda, que o projecto, entregue à gestão da Noatum Ports, representa um investimento de grande escala destinado a impulsionar a competitividade do país, reduzir custos logísticos e gerar novos empregos qualificados.

Avaliado em 250 milhões de dólares na primeira fase, o investimento poderá atingir 380 milhões ao longo da concessão. O terminal terá 192 mil metros quadrados e 16 metros de profundidade, equipado com gruas STS e pórticos RTG híbridos de última geração, capazes de combinar eficiência operacional, redução de custos e soluções sustentáveis.

“Mais importante do que os números é o impacto directo na vida dos angolanos. Este investimento traduz-se na criação e manutenção de empregos de qualidade, programas de formação para a juventude e maior capacitação profissional”, sublinhou o ministro.

O governante destacou ainda os reflexos económicos do projecto, que deverá aumentar o volume de carga manuseada, reduzir custos de importação e reforçar a competitividade nacional e regional.

“Estamos a erguer uma base sólida que assegura o progresso do país e reforça a nossa soberania económica. Este é mais um passo numa caminhada exigente, mas feita com visão, compromisso e disciplina”, afirmou Ricardo D’Abreu.

O ministro realçou também a importância da cooperação com a Abu Dhabi Ports Group, a Unicargas e a Multiparques, considerando que a presença destes parceiros reforça a credibilidade de Angola como destino seguro e competitivo para investimentos de longo prazo.

“A confiança internacional no nosso sector portuário é uma demonstração clara de que Angola caminha para um futuro mais competitivo, inovador e inclusivo”, concluiu.

MODERNIZAÇÃO E NOVAS CAPACIDADES

O empreiteiro da MAR Construção Civil e Obras, Ian Roberts, afirmou que a reabilitação do Terminal Polivalente tem como objectivo modernizar a infra-estrutura e alinhá-la com as melhores práticas internacionais.

Segundo o responsável, a obra abrange 190 mil metros quadrados e inclui a modernização do muro do cais, que permitirá a atracação de navios de até 335 metros. Estão previstas áreas para carga geral e sobre rodas, além de melhorias técnicas que vão elevar o padrão de eficiência e segurança.

No segmento terrestre, serão remodelados o átrio operacional e os edifícios de apoio. Haverá zonas para contentores vazios e carregados, novos portões de acesso, vedação modernizada, sistemas de controlo e novas redes de água, energia, drenagem e combate a incêndios.

Para Joaquim Piedade, country manager da AD Ports Group, a modernização permitirá aumentar a capacidade de movimentação de 50 mil para 300 mil contentores por ano. “Com 16 metros de calado, o terminal poderá receber navios de grande porte e atrair novas linhas, ampliando os volumes de carga”, destacou.

O gestor referiu ainda que o número de trabalhadores subirá de menos de 180 para 237, acompanhado de um plano de formação. “Já iniciámos a capacitação dos quadros angolanos, para que estejam preparados para operar os novos equipamentos no final das obras”, afirmou.

Segundo Piedade, a aposta em equipamentos modernos e no aprofundamento do cais vai aumentar a eficiência das operações e colocar o Porto de Luanda num novo patamar de competitividade.