As mulheres têm conquistado, cada vez mais, espaço no mercado de trabalho, na luta por equidade e igualdade de género, apesar da existência de desafios estruturais que ainda persistem e dificultam o acesso a posições de liderança.

Esta posição foi defendida pela administradora não executiva do Porto de Luanda, Maria de Lurdes Bravo, durante a abertura do programa Março Mulher 2025 da empresa, realizada no passado dia 13 de Março, na Academia Portuária, sob o tema “Mulheres que Inspiram: Conexão, Valorização e Equidade”.

Maria Bravo explicou que, apesar dos avanços, ainda há uma resistência estrutural enraizada em normas sociais que limitam o papel das mulheres em diversas áreas.

Essas barreiras, segundo ela, manifestam-se em práticas discriminatórias no mercado de trabalho, na política e na educação, dificultando a ascensão feminina a cargos de liderança.

Questionada sobre como as mulheres podem superar esses desafios, enfatizou a importância da autovalorização e da construção de oportunidades próprias. “Temos de ser nós a criar o nosso espaço. Para isso, precisamos de ter um pensamento crítico sobre o que desejamos  e aonde queremos chegar”, afirmou.

A responsável reconheceu que, apesar dos desafios, o caminho para a igualdade está a ser trilhado e que há avanços significativos na valorização do mérito feminino em diversas áreas, incluindo no Porto de Luanda.

“Sinto que os tomadores de decisão (do Porto de Luanda) procuram valorizar, cada vez mais, o mérito porque não devemos ser valorizadas só por sermos mulheres”, assinalou, concluiu que toda a mulher tem alguma coisa a inspirar em outra.

A actividade foi preenchida por diversos momentos culturais, além de uma mesa redonda subordinada ao tema “Superando Desafios e Criando Oportunidades”, que foi animada por Iracema Carvalho, assessora de carreira do Porto de Luanda; Cândida Pinto, directora do Procurment da Unicargas e a engenheira Stélvia Agostinho, gestora de projectos, em representação da  directora-geral da Sonils, Anabela Marcos.

De acordo com a organização, a mesa redonda visou assinalar a efeméride, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, data proclamada para a luta das mulheres pelos seus direitos e lembrar a mulher do seu valor, que pode e deve crescer. O evento serviu ainda para trazer à tona casos reais de mulheres que um dia também sonharam e chegaram a lugares de destaque nas organizações.